sexta-feira, 4 de março de 2011

Jovem Cristão


1 Timóteo 4: 12 "Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza"

Superficialidade, individualismo, hedonismo, irresponsabilidade, culto ao corpo e erotização. Estes adjetivos compõem ou ilustram a realidade do jovem hoje.

Charlie Brown Jr. canta que o que ele vê e ouve na TV sobre o jovem não é sério, pois o "jovem no Brasil não é levado a sério".

Fico a pensar sobre seriedade diante de uma realidade "líquida" (termo usado por Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, que descreve a falta de concretude nas relações humanas hoje). Logo, o que há de se esperar de um jovem imerso a esta realidade desfragmentada de vida? Talvez nada e, consequentemente, não somos e nem temos de ser levados a sério, pois seriedade passa longe do que vemos e ouvimos da juventude brasileira hoje.

Paulo, o apóstolo, incentiva o jovem Timóteo a ser um exemplo diante da igreja e da sociedade de seu tempo. Ele também adverte os demais a não o desprezarem pelo fato de ser ele um jovem. Fica claro a preocupação do apóstolo de que o jovem não seja alguém que passe desapercebido na história. Paulo o estimula a ter uma presença marcante por meio de uma vida que inspire pessoas através do exemplo sobre o modo de pensar e agir, de amar e de crer, zelando pela integridade cristã em todas as dimensões de sua vida.

Nossa relevância, seja na igreja ou na sociedade, se faz perceptível quando nós, jovens cristãos, encaramos a responsabilidade de ser um exemplo diante das realidades de nosso tempo. Se hoje vivemos em meio a superficialidade, sejamos nós um exemplo de profundidade em nossas relações sociais, no saber e em tudo o que vier em nossas mãos para ser feito. Se diante do individualismo, mostremos que é possível o convívio coletivo, marcado pela unidade através do amor e da solidariedade. Se diante de um hedonismo exacerbado, mostremos que o amor ao próximo não é uma filosofia bonita, mas uma verdade vivida e experimentada não por aquilo que o próximo tem a me oferecer, mas por aquilo que ele é. Se diante de pessoas irresponsáveis, mostremos que a responsabilidade é fruto de uma fé concreta e relevante, preocupada com o aqui e agora. Se diante de um mundo que cultua e erotiza demasiadamente o corpo, ofereceremos nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável à Deus, através de um culto que celebra a vida, respeitando e aceitando o ser em sua totalidade.

Nosso compromisso diante de Deus, da Igreja e da sociedade é de sermos verdadeiramente JOVENS CRISTÃOS, levando a sério a profundidade do significado disso.

Renato Dumas

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Como está seu coração?

Como está seu coração?


Certa vez Jesus disse que o que contamina o ser humano não é o que entra pela sua boca, mas sim o que está em seu coração, pois dele procede tudo o que há de pior em nossa existência.

Fico a pensar sobre a dificuldade que temos de reconhecer nossa maldade. Sempre significamos nossas atitudes, palavras, ações e reações como resposta ao que acontece para além de nós. Culpamos o outro, a sociedade, a religião, Deus, o diabo, enfim, a causa nunca será o que eu sou, o que está em meu coração, mas o que o outro é e faz.

Desde a infância fomos condicionados a não nos deixarmos contaminar por aquilo que é mundano. Pré conceituamos pessoas e lugares por acreditarmos na possibilidade de que poderemos ser piores, ou, no ponto de vista da religião, nos tornarmos impuros por nos relacionarmos com fulano ou sicrano ou por freqüentarmos este ou aquele lugar.

A grande verdade, segundo o pensamento de Jesus, é que pessoas e lugares não são capazes de nos contaminar, pois somos o que somos pelo que o nosso coração é. Pessoas e lugares apenas colaboram para que eu me revele, ou melhor, para que o meu coração revele tudo o que tenho de melhor, mas principalmente o que tenho de pior.

Somos o que o nosso coração é...

Costumo dizer aos jovens que pastoreio que minha preocupação não é com as amizades que cultivam ou com os lugares que freqüentam, mas sim com os seus corações, pois se ele não estiver sendo moldado segundo o coração de Jesus Cristo certamente ele revelará algo bem distante daquilo que é a imagem e semelhança de Deus em nós.

Quando cultivamos um coração de aprendiz, nos inclinamos à imagem de Jesus. Este exercício certamente fará com que nossos corações petrificados se transformem em corações cheios de humanidade, graça e amor. Este foi o sentimento de Davi ao escrever “Sonda-me oh Deus, conheces o meu coração. Vê se há em mim algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139).

A pergunta sobre como está o nosso coração necessariamente nos leva a enxergarmos o que ele tem revelado às pessoas que estão ao nosso redor diante dos diversos lugares que freqüentamos.

A quem temos revelado? Eu ou Jesus?

Como está o seu coração?


Renato Dumas




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Teologia X Filosofia


Existe relação entre essas duas áreas do saber?
De maneira geral, ou popularmente falando, teologia e filosofia não se misturam, pois todo filósofo acaba matando Deus e todo teólogo no fundo deseja que todos os filósofos morram!

Basicamente compreende-se que a filosofia tem como objeto a "totalidade" advinda do sujeito "eu" que existe por raciocinar. Por sua vez, a teologia tem por objeto "Deus" e seu sujeito é a "revelação", ou a interação entre o próprio Deus e sua criação, o ser humano, seja pela Bíblia ou pela vida, contudo, é Deus quem se revela e se permite ser conhecido.

Outro grande problema entre filosofia e teologia se dá em suas origens. A primeira provém do pensamento helênico enquanto que a segunda do pensamento judaico-cristão.
Para clarear um pouco, a filosofia clássica defendia a idéia de que tudo sempre existiu. A idéia de uma "origem" não pertence ao pensamento helenistico, mas sim judaico-cristão, pois os gregos criam que todas as coisas se transformavam através do tempo, no espaço físico, por causa do metafísico (leiam sobre átomos, arché e logos).
Já o pensamento judaico-cristão sempre partiu da idéia de que tudo foi criado por Deus e que somente Ele é eterno. Nós, e tudo o que existe é resultado de Sua livre vontade criadora.

O mais interessante nisso tudo é que em um dado momento da história a filosofia e a teologia se encontram dentro de um mesmo ambiente cultural. Inevitavelmente elas se tornam obrigadas a conviver juntas, pois o contexto, por exemplo, neotestamentário é judaico-cristão-helênico.
Não seria então o Novo Testamento resultado de um pensar teologico e filosófico?
Não seria então o Novo Testamento uma expressão de amizade existente entre teologia e filosofia?

...

Renato Dumas 

 

Filosofia



Pois é... decidi estudar filosofia!

Depois de um "pedala" da patroa sobre minha vida acadêmica, resolvi estudar...
Fiquei bem na dúvida se faria uma pós ou embarcaria direto no mestrado... Nem um, nem outro... graduação em filosofia.

Tudo aconteceu muito rápido... na sexta o "pedala", na segunda vestibular e na semana seguinte o despertador tocou mais cedo... de volta ao ambiênte universitário...

Minha turma tem 60 alunos... 56 seminaristas catóticos, 3 mulheres (leigas), 1 Pastor Presbiteriano Independente (eu)...

Diante do mundo em que eu sempre vivi, hoje sou o "diferente". Tenho ouvido quase que todos os dias: "Vc é ministro presbiteriano? Que interessante"...

Estou feliz com a oportunidade de ampliar meus horizontes e de verdadeiramente viver a unidade em que tanto acredito, pois o que nos liga é o mesmo sangue, a mesma cruz e a mesma ressurreição.

Renato Dumas